domingo, 3 de abril de 2011

Bulimia

O que é Bulimia?


É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual a pessoa ingere num curto espaço de tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome,perde o controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso.
Existe uma tendência popular em achar que a bulimia é o contrário da anorexia. 
A rigor o contrário da anorexia seria o doente achar que está muito magro e precisa engordar, vai ganhando peso, tornando-se obeso e continua a julgar-se magro e continua comendo. 
Isso seria o oposto da anorexia, mas tal quadro psiquiátrico não existe. 

Na bulimia a pessoa não quer engordar, mas não consegue conter o impulso para comer por mais do que alguns dias.A pessoa com bulimia tipicamente não é obeso porque usa recursos extremos para eliminar o excesso ingerido.
Enquanto a comunidade psiquiátrica mundial não reconhecer o binge como uma patologia à parte seremos obrigados a admitir que há 2 tipos de pacientes com bulimia: os que tentam eliminar o excesso ingerido por vômitos ou laxantes e os pacientes bulímicos que não fazem isso e acabam engordando, esse segundo tipo pode vir a constituir num outro transtorno alimentar, o Binge. Os pacientes com bulimia geralmente apresentam 2 a 3 episódios por semana, o que não significa que no resto do tempo esteja bem. Na verdade esses episódios só não são diários ou mesmo mais de uma vez ao dia porque o paciente está constantemente lutando contra eles. Esses pacientes pensam em comer o tempo todo. A média de fracassos na tentativa de conter o impulso são duas vezes por semana.
Basicamente é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima baixa. O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê a si como uma pessoa desprezível. Procura esconder dos outros seus problemas para não o desprezarem também. 
Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso ou um pouco acima. Tentativas de dieta estão sempre sendo realizadas. Tentativas de adaptar os afazeres e compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vômito tornam seu estilo de vida bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas. 
Assim como a anorexia a Bumilia geralmente ocorre no adolescente, predominantemente nas mulheres. Os assuntos das conversas preferidos são relacionados a técnicas de emagrecimento. É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios. 
É interessante notar que a bulimia não constitui uma completa perda do controle. O paciente consegue planejar seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo. Essa incapacidade parcial é intrigante para os leigos. Muitas vezes os maridos das pacientes julgam que a paciente faz tudo porque quer e critica a esposa aumentando sua culpa. Essa atitude deve ser evitada, pois além de não ajudar, atrapalha diminuindo ainda mais a auto-estima da paciente que sucumbe aos esforços por tratar-se. A bulimia muitas vezes sucede aos episódios de anorexia.
A bulimia tem tratamento:

Os antidepressivos tricíclicos já foram testados e apresentaram respostas parciais, ou seja, os pacientes melhoram, mas não se recuperam completamente. Carbamazepina e lítio também foram testados com uma resposta ainda mais fraca. Os antidepressivos IMAO também apresentam uma melhora similar a dos tricíclicos, porém melhor tolerado pelos pacientes por terem menos efeitos colaterais. Mais recentemente os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina vêem sendo estudados com boas respostas, mas não muito superiores às dos tricíclicos. Os estimulantes por inibirem o apetite também apresentaram bons resultados, mas há poucos estudos a respeito para se embasar uma conduta terapêutica.
  Muitas pessoas que sofrem com essa doença,só com psicoterapias apresentam remissão completa.
Não há uma abordagem especialmente recomendada. Pode-se indicar a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, terapias de grupo, grupos de auto-ajuda, psicoterapias individuais.

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